As negociações para um sistema próprio de pagamento entre os países do Brics, que dispensa a conversão para o dólar, teve avanços, mencionou o comunicado final dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do grupo. Segundo o documento, houve progresso na identificação de possíveis caminhos para a “interoperabilidade” dos sistemas de pagamentos de países membros.
De acordo com o documento, os países avançaram em reconhecer formas de estimular as transações em moedas locais dos membros do Brics e de reduzir custos nas operações. O texto, no entanto, não detalha os progressos alcançados. Isso porque as negociações continuarão no segundo semestre, antes que a Índia assuma o comando do Brics, em 1º de janeiro de 2026.
“Seguindo a instrução de nossos líderes na Declaração de Kazan [na Rússia] para continuar a discussão sobre a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do Brics, reconhecemos o progresso alcançado pela Força-Tarefa de Pagamentos do Brics na identificação de possíveis caminhos para apoiar a continuação das discussões sobre um maior potencial de interoperabilidade dos sistemas de pagamentos do Brics”, destacou o comunicado no 13º parágrafo.
Embora não detalhe os avanços no sistema de pagamentos em moedas locais, o documento cita esforços como o relatório “Sistema de Pagamentos Transfronteiriços do Brics”, elaborado pelo Banco Central do Brasil. O documento lista as preferências dos países do bloco para facilitar “pagamentos transfronteiriços rápidos, de baixo custo, mais acessíveis, eficientes, transparentes e seguros”.
Segundo o comunicado, um sistema alternativo de pagamentos entre os países do Brics pode “sustentar maiores fluxos de comércio e investimento”.
Os ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do Brics anunciaram a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC) para incluir novas moedas. Esse é um mecanismo de ajuda financeira mútua criado em 2014 em caso de dificuldades no balanço de pagamentos (contas externas e investimentos estrangeiros).
Após a revisão do acordo, as novas regras serão discutidas internamente pelos países do Brics. Além disso, uma reunião no segundo semestre, ainda sem data definida, discutirá a adesão dos novos membros do Brics ao ACR.
“Aguardamos ansiosamente essas alterações como base para discussões que visam aumentar a flexibilidade e a eficácia do mecanismo do ACR, notadamente por meio da incorporação de moedas de pagamento elegíveis e da melhoria da gestão de riscos”, destacou o comunicado.
Agência Brasil